quarta-feira, 16 de abril de 2014

Beijos ao Anatomista.

O “Anatomista” se transformou em universo, já que podia ser quem ele quisesse. Vivia como luz, como homem, ressoando seu Poptic singular, rindo à toa ouvindo Mombojó pela Augusta.

Feliz por ter vivido a arte em sustenido com ele.

 O fotovideodança de Robinson Machado:


 

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Cinema do Barradas



O cinema de Márcio Barradas, realizador paraense, merece um post aqui no Amor Venéris,sendo ele lúdico, obscuro, violento e infinitamente belo do ponto de vista daquilo que o vem a ser.
Na berlinda da Jóia Laura, hoje, não cabe todo o cinema de Márcio, e sim um filme "Os Comparsas". Primeiro porque tive a honra de participar, fazendo uma personagem no melhor estilo "gritos, esperma e algemas" como diria Ton Zé na sua juventude Javali.
Segundo porque a adaptação veio de um conto de Bukowski, mas o enredo muito se parece com as histórias que Laura me contava, sobretudo da morte do coronel. Das histórias em que Laura pregava a negação do matrimônio por uma mulher "um ser que não se pode confiar" resmungava o coronel."Acabe com ela! Mas antes deixa-me aproveitar a carne".
E terceiro porque a maioria dos realizadores costuma reclamar e espraguejar da figura do crítico, e este por sua vez, com o eterno olhar de antes-e-depois (tipo transformação pós-cirurgia plástica mamária)saem falando do filme depois de vê-lo pronto,como se um filme pronto fosse um filme acabado,mas Márcio teve a inteligência e generosidade de chamar um jovem crítico-cítrico(APJCC - Associação Paraense de Jovens Críticos)para trabalhar na tecitura do filme, envolvendo-o no elenco da artesania da violência, em personagem representativo das maiores desgraças da dita honra humana - Impotência, medo e covardia. Não vou rebaixar-me aos críticos em dizer que isto é bom, ruim, feio ou bonito, mas posso dar uma breve dica do texto de divulgação que o rapaz tá fazendo do filme:

O cineasta alemão Fritz Lang apresentou, no conjunto de sua obra, uma idéia particular: em determinado momento a realidade sempre consegue ser pior que o pior dos pesadelos. Ele também dizia que num mundo sem Deus, a única forma de atingir o cognitivo das platéias era através da dor física. E esta era sempre resultado da violência.
Inspirado pelos mesmos princípios, o cineasta paraense Marcio Barradas destila este "Os Comparsas", mais novo capítulo de seu "Ciclo mosqueirense", também composto por "A Poeta da Praia", "O Mastro de São Caralho" e "O Filho de Xangô".
Adaptado da história em quadrinhos do alemão Matthias Schultheiss (que por sua vez é a releitura do conto "Os Assassinos" do também alemão Charles Bukowski), "Os Comparsas" encontra suas raízes germânicas ao compor sua plasticidade sobre o conflito luz x sombra, tão caro à vanguarda expressionista dos anos 20.
O protagonista Pedro, por exemplo (interpretado pelo econômico e expressivo Solano Costa), atua como um oficial reformado da República de Weimar. Apesar do deslocamento descompassado, nunca senta de costas para a porta, nem deixa uma dama acender o próprio cigarro em público.
A gratuidade da violência, um dos aspectos mais reais da condição humana, surge no filme como o cruzamento estéril do humor negro na arte exploitation e a vulgaridade das páginas policiais. Tudo alinhado sob o rigoroso olhar da câmera.
Os planos fixos e os cortes rápidos dão a sensação de correr com os olhos as amareladas folhas dos quadrinhos pulp, nos quais o filme se inspira.
Apesar do realizador conduzir praticamente sozinho todo o processo com uma criatividade gritada, o resultado é de um distanciamento claustrofóbico. "Os Comparsas" é um mergulho gelado no mar de sangue, um idílico passeio no inferno.
Na última parte do filme, desenrola-se um tour de force entre a selvageria do crime e a plácida indiferença da casa - esta, um dos principais personagens da narrativa. Aqui os inserts tão comuns no cinema de Barradas atingem um paroxismo quase eisensteiniano: cinema como resultado criativo do choque de imagens.
Marcio Barradas, neste "Os Comparsas", mais uma vez nos relembra o óbvio: na pequena ou grande produção, o cinema só existe quando dá forma a uma visão forte. Fugindo da tecnocracia e do acanhamento, Barradas ousa interessar-se pelo cinema. Por mais absurdo que isso esteja.

Miguel Haoni (1984-2011)*

*O cineclubista tinha várias passagens pela Divisão de Atendimento ao Adolescente e pode ter sido morto por causa de dívida com traficantes, segundo a polícia, que já tem um suspeito do crime.

domingo, 22 de março de 2009

Muitos colares de brilhantes


Donzelas na Campina, em ensaio fotográfico.... fotos Arthur Leandro
Isabela e Simone são ARTETERAPEUTAS
abraços,
Isabela do Lago

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Imprensa: Nos portais ORM e Diário do Pará


Portal Cultura do Pará:


http://portalcultura.com.br/p2/jornalismo.php?pg=jornal_materia&id=32984



No Paranews:

http://www.orm.com.br/projetos/paranews/quemacontece.asp

IntervençãoA publicitária e bailarina paraense Renata Daibes, que há seis anos atua em São Paulo, assina a direção coreográfica do projeto Casa de Caboco de intervenções artísticas para o Fórum Social Mundial 2009. A intervenção é uma criação de Bela do Lago, Pedro Olaia, Robinson Machado e Vanessa Hassegawa e inclui performance de dança, fotografia e vídeo. O evento acontece nesta sexta-feira, dia 30 de janeiro, às 19 horas, na Praça da República.




No ORM:


http://www.portalorm.com.br/plantao/noticia/default.asp?id_noticia=396282



No Diário do Pará:

http://www.diariodopara.com.br/noticiafull.php?idnot=26859

Saiu no blog do jornalista Paulo Bemerguy, em Belém.

Nosso "amor" na imprensa:

http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/2009/01/performance-de-dana-fotografia-e-vdeo.html

Saudações ao grande mestre da redação paraense!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Em Cartaz, na Praça da República, sexta-feira 30, às 19 horas (durante o FSM 2009)


(Bela do Lago, diretora artística e "de tudo um pouco" do Corredor Polonês)



Amor Veneris- Um Colar de Brilhantes para uma Pobre Donzela Performance de dança, fotografia e vídeo, em cartaz na Praça da República durante o FSM 2009


Inspirado no romance O Anatomista, de Frederico Andahazi e na polaca Jóia Laura, que se destacou como a mulher mais desejada do bairro da Campina na década de 40, o Corredor Polonês Atelier Cultural apresenta a montagem de fotovideodança e performance na sexta-feira, 30, às 19horas, em frente ao Theatro da Paz, próximo a construção em colunas.

A apresentação está incluída no projeto Casa de Caboco de intervenções artísticas para o Fórum Social Mundial 2009 de Belém-PA.

A concepção idealizada por Bela do Lago, Pedro Olaia, Robinson Machado e Vanessa Hassegawa é um diálogo entre a personagem etérea do livro Mona Sofia que viveu na Itália no século XVI e Jóia Laura, ex-prostituta ainda viva que morou nas proximidades do Bordel Corredor Polonês, em 40, antes de o local se tornar atelier de arte no bairro da Campina.

A intervenção é realizada em dois momentos, o primeiro, fotovideodança, ocorreu a partir do ensaio fotográfico realizado no condomínio Vila Maria Zélia, em São Paulo, pelo fotógrafo Robinson Machado, a intérprete criadora Vanessa Hassegawa e o editor Marcelo Paradella; local este que serviu de laboratório de pesquisa por comportar edificações do séc XVIII e XIX, com arquitetura próxima ao período da prostituta Mona Sofia.

Em diálogo com a personagem Sofia, o segundo momento será ao vivo em Belém, em frente ao Theatro da Paz. No local, Jóia Laura (personagem de Bela do Lago) entra em cena interagindo com o Bastião (violoncelo confeccionado a partir de sucata de orelhão público) e faz uma alusão do corpo como instrumento de trabalho, dessa forma, a performance se desenrola diante da projeção de fotografia e vídeo realizado em São Paulo, por Vanessa e Robinson.

Sob a trilha sonora editada de acordes suprimidos de violoncelo, e ação artística realizada por do Lago, se estabelece relações de domínio e submissão a partir de estudos sobre feminilidade e sexo estruturados a partir das linguagens de mestres das cênicas como Isadora Duncan, Antonin Artaud e Rudolf Laban.

Ficha Técnica:

Belém-PA
Coordenação: Arthur Leandro
Direção Artística e intérprete criadora: Bela do Lago
Trilha Sonora: Flora Purim com interferências de Bela do Lago
Figurino: Bela do Lago
Projeção de vídeo: Arthur Leandro

São Paulo-SP:

Direção de Vídeo: Sabrina Flechtman
Direção Coreográfica: Renata Daibes
Figurino: Pessoal do Faroeste Cia de Teatro
Fotografia: Robinson Machado
Intérprete Criadora: Vanessa Hassegawa
Edição de Vídeo: Marcelo Paradella
Realização: Casa de Caboco- Intervenções Artísticas no Fórum Social Mundial 2009.
Serviço: Amor Veneris- Um Colar de Brilhantes para uma Pobre Donzela
Data: sexta-feira, 30 de janeiro de 2009.
Hora: 19horas.
Local: na praça da república (em frente ao Theatro da Paz)
Tempo: 10 minutos
Gênero:Drama
Informações: http://amorveneris-sp-pa.blogspot.com/

Sugestão de Entrevistas: Bela do Lago

Performance de Pedro Olaia


Proposta de movimento do performer Pedro Olaia,


Do mestre Laban: "peso, força e fluência" e mais terninho básico dos tocadores de viloncelo.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Derme, a carta da Mona




Exijo que não se demore tanto, conclua o que vieste fazer, deixe os ducados na tijela fina de prata e ouro, sopre a vela e vá, são 45 minutos...



Ele entrou por exatas nove noites da primavera daquele mês sem ao menos saber a textura da minha pele e a profundidade de minhas partes baixas, se deleitou com minha imagem conscientemente dispersa mirada na janela do palacete imundo do centro da cidade.


Mastigo o néctar da flor que colhi no jardim e penso nas encomendas que fiz ao boticário da Rua da Moeda, e ele entra, sem tocar minha nuca, meu seio e minha ingratidão. Me retrata com teus pincéis de fibra animal e a tinta pálida que me deixa desligada da tua presença em meu leito.


(Há alguns séculos sem a possibilidade de pressionar minha anca na tua, me dá descaso, ele só observa e me reproduz. Até ali não me despertava nenhuma curiosidade, só queria perfumes novos).


Não te intimides meu caro, não te olho fixamente porque esse funk não é da minha ossada, não entro na tua íris porque não sei como fazê-lo, já me desfiz na terra translúcida, virei pó, caveira e minhas mãos seguraram uma aquarela que esqueceste quando disseste que serias substituído, e serás... A puta se movimenta pra substituir, dança pra não querer ninguém pra vida toda e se deita pra obstruir o coração petrificado de brilhantes de plástico. Mas imagino que ainda possas beijar meu amor veneris, o beijo da vida inteira que derreteria os pêlos e me delatariam por lágrimas de sexo o petrificado amor que talvez sinta.


Em alta freqüência, rebolo com o tule da perpetuação feminina, é que vislumbro a ausência do afeto... Ser cortesã de puteiro do centro urbano é desligar todas as luzes verdes e deixar as vermelhas por todas as madrugadas que seja assim repetidamente enquanto se há pele.
*(corpo feminino em forma de violoncelo, aspecto de Jóia Laura na performance ao vivo que lembrará um "corpo instrumento", submissão/feminilidade)

Influências da Jóia e da Mona

Canções da Flora Purim

A própria Jóia Laura (circulante do bairro da Campina)
O Anatomista, de Frederico Andahazi
Antonin Artaud
Rudolf Laban
Isadora Duncan
Pierre Verger

logo, logo as bibliografias...

Ensaio do fotovideodança na Vila Maria Zélia- SP


Por Vanessa.


No domingo 14 de dezembro do nosso último ano "par", Robinson Machado, Vanessa Hassegawa, Sabrina Flechtman e Renata Daibes produziram o ensaio de fotos da Mona Sofia, na Vila Maria Zélia (primeira vila operária do país) em São Paulo-SP.


A brincadeira durou quase cinco horas e o figurino foi delicadamente cedido por nosso amigo diretor de teatro paraense- radicado em SP- Paulo Faria, do Pessoal do Faroeste Companhia de Teatro (http://www.pessoaldofaroeste.com.br/). Sem contar que Faria compartilhou um belíssimo quimono usado nas operetas de Iacov Hillel (http://pt.wikipedia.org/wiki/Iacov_Hillel) originalmente de uma polaca paulista do séc XIX. As referências para este ensaio divido em quatro cenas:

1- Fantasmagórica 2- A Lavagem 3- O Flerte e 4- Luxúria

E a concepção coreográfica recebeu influências do ballet clássico russo, Sitema Laban de Movimento, danças dos orixás (Iansã) e mais um monte de invenções que surgiam na loucura da Maria Zélia...
















Orkutável






Cara torta pra maquiar



Platéia




Tá bom assim?






Papel higiênico inadequado












Primeiro Folder


Anatografia, por Robinson Machado


Dessecaria o subcutâneo do espírito que ainda me habita, com a incisão dos seus movimentos a partir da minha retina, Mona Sofia. Beberia as lágrimas dos canais de Veneza, buscando o que sobrou do seu aroma; trocaria o sangue das minhas artérias pelo perfume que já passou pelo teu corpo.


O acesso proibido aos seus pesares e amores; a falta e o excesso; a sua pele que dá marco zero à anatomia do belo – meu desespero. O que te torna impossível às minhas unhas são os séculos, ora, a erupção de edifícios, o jorrar de táxis entre ônibus entre vans entrecortados nas esquinas, nos prostíbulos paulistanos, nos ventrículos de Belém do Pará, para a massa, para a fumaça, os muros grafitados de desdém. Pode o amor ser atemporal?, engulo seco o molhado da tua língua, da tua íris, teu clitóris, teu cadáver sepultado logo ali, tão longe, ainda que há tempos outros. Nós, os outros. Outro agouro ao verter a saliva em desejo pelo inexistir. A plenitude do amar o amor vago da ficção. Busco sua voz no tom da operadora do zero oitocentos, o seu toque num esbarrar na fila dos ingressos do teatro.


Trocaria meu tecnológico pelo teu arcaico beijo, ou algum lampejo de ira e sedução obrigada. Do abrigo do teu peito público, fugiria deste futuro em que fui arremessado, deste lugar tão distante de onde jaz o que sobrou da sua graça. Somente para ser seu, te dar o que tiraram.
Teu feminino costurado na pele da minha nunca, para nunca mais te querer assim. Teus merecimentos ofertados para que possa desprezar, se quiser. Falo arrancado por teus dentes em troca do seu sorriso. Procuro os vestígios do seu conceito nos olhos das mulheres todas, nas mãos delas. Tê-las em você em segredo então. Em tão poucos cortes posso abrir o peito e encontrar o vazio da obsessão por uma idéia sem cor, sem vida. Escancaro o diafragma de uma máquina fotográfica pra te ver na sombra, pela sombra, me assombrando entre as frestas criadas por bisturis.



***
*Inspirado no livro "O Anatomista", de Federico Andahazi / Foto: Robinson Machado (ensaio Amor Veneris)

Pesquisa de figurinos, cenário e luz












quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Carta da Laura


Amor Veneris,

Padeço duma alegria crônica desde que faleceu o Coronel

Alegria e solidão

ñão o objeto, mas a palavra que me falta quando vocês me apedrejam dizendo coisas que fingem saber a meu respeito

não o objeto, mas a palavra lixo que dizem que eu carrego pela noite

não o objeto, mas a palavra rua que nasceu por dentro de minhas unhas sujas de esperma e saliva

isso até doi, não o objeto, objeto não doi, doi a palavra rua que me engasga de manhã

não o objeto, mas a palavra sexo: uma pedra de sal na minha boca

durmo no chão do dia e estou viva, não se iludam, não sou pobre nem vivo na mendicância, nunca pedi nada a ninguém!

Não quero nada de ninguém, quero o que é meu. Devolvam minha casa, meus filhos, me cachimbo e minhas jóias, ladrões.

Artistas ladrões.

a chegada da vaidade fez de mim uma mulher um tanto conflituosa, sou linda e tenho muito ouro! ninguém consegue ver?

cegos, todos estão cegos, niguém sabe do amor nem da ardência que isto causa na boca do estômago

nunca tenho fome! Apenas fico tonta e caio no chão.

Amo o chão que acolhe minha queda.

O gole da vítima momentos antes da morte a faz ficar cega, mas afinal, o veneno era pra cegar ou pra matar aquele homem que morreu cego de tanto cagar?

a palavra sexo: uma pedra de sal na minha boca

sal e nuvens

aquela rua cheia de carroças saindo de dentro das minhas unhas pra eu te arranhar com mais tesão e muita pressa. aquela rua, minha previsão de felicidade. Lá sempre me encontro com o coronel e ele me toca como se eu fosse o seu violino, me penetra com o arco da música e esvasia-se nas palavras guardadas entre meus dentes.

Tenho trabalhado muito, a noite inteira, ninguém sabe, ninguém nunca vai saber, trabalhos secretos que eu não mostro a ninguém.

Quero viver ainda mais uns cem anos pra vê-los mortos e insatisfeitos. Nunca vão ver meus trabalhos secretos.

Vênus está morta e o céu caiu da minha vagina.

Nunca vou revelar o nome daquele que me violou quando eu estava enferma debaixo do cobertor branco e molhado.

não a pessoa, mas o nome do homem que jogou sal na minha boca.

Ficaram loucos? Confundiram tudo:O nome não é a pessoa, então mesmo que eu revele, ninguém jamais o saberá.

Triste de quem precisa de um nome para ser identificado. Nunca mais nasceu criança aqui neste mundo, por isso é que vocês precisam da palavra, do nome. O meu não revelo.

Vou partir em breve, vocês ficarão, não estou me despedindo só quero que parem de me perseguir tentando saber das minhas coisas mais íntimas, parem de se ocupar da palavra Laura, porque nasceu uma rua rua dentro de minhas unhas então eu posso me aborrecer muito e impedir que vocês passem por esta rua.

Escrever sai sangue dos dedos.

Pintar sangra os olhos

e mijar escorre o sal do sexo.

Chega!!!!


Jóia Laura